A empresa Atlantic Bikes foi fundado pelo luso-venezuelano Roberto Estevez Medeiros, residente em Ponta Delgada e posiciona-se como alternativa de transporte sustentável.

Hoje o empresário defende que “a nossa região poderia disponibilizar fundos do PRR para a transição energética com políticas semelhantes ao programa Apoio a Edifícios + Sustentáveis. Se permitirmos que as famílias e empresas açorianas possam candidatar-se a algum programa semelhante que financie a compra e instalação de redes de painéis fotovoltaicos isto irá contribuir para reduzir consideravelmente a carga fiscal paga pelos açorianos, criar empregos, novas empresas, reduzir os custos mensais das famílias, reduzir a pegada carbónica e garantir uma melhor qualidade de vida com casas mais bem equipadas para o frio.

O que são os fundos PRR?


É um programa integrado no Next Generation EU, um pacote extraordinário de financiamento da Comissão Europeia destinado a apoiar a recuperação económica e social dos países membros da zona euro. Com uma dotação de 16,6 mil milhões de euros, o PRR português é o instrumento nacional do Mecanismo de Recuperação e Resiliência aprovado por Bruxelas.

Este pacote poderá trazer um futuro melhor para os açorianos?

Depende de como sejam utilizados. Estes fundos estão destinados a três áreas especificas, a transição digital, resiliência económica e transição climática.
Até hoje o fundo ambiental do PRR, permite que as famílias em Portugal continental possam candidatar-se de forma a aplicar ao programa Apoio a Edifícios + Sustentáveis que permite melhorar as condições climáticas das suas casas, e reduzir, consideravelmente, os custos de eletricidade. Este tipo de fundos são utilizados para comprar e instalar aquecedores elétricos, bombas de calor para as águas e janelas isolantes do frio. Nesta política surge ainda o apoio na compra de painéis fotovoltaicos para as famílias, dando a estes uma maior liberdade às mesmas, permitindo que baixem e reduzam consideravelmente os custos de eletricidade e a carga fiscal a que estes custos estão sujeitos, por um período de 25 anos (vida média de um painel solar).
Portugal tem todos os meios para apostar na energia renovável. A aposta nesta energia fará reduzir a nossas importações e irá ajudar a equilibrar a nossa balança comercial. Para além disso irá ter um grande impacto no dia a dia das famílias.

Mas vamos a mais detalhe. Carga Fiscal das facturas de eletricidade e o poder de compra.
Os custos de eletricidade em Portugal são altos devido à carga fiscal compreendida nas facturas. Os custos de eletricidade dos portugueses encontram-se no 16º lugar em relação aos 27 países da UE. Contudo, o poder de compra dos portugueses é dos mais baixos na Europa, ocupando igualmente o 16º lugar em relação aos 19 países da UE que utilizam o Euro como moeda. Além disso, existe uma problemática relacionada com os impostos no consumo da eletricidade. A componente de “impostos e encargos” em Portugal é das mais elevadas da Europa e praticamente duplica o preço final de eletricidade face ao valor base no nosso país.

Soviéticos ou portugueses?


Os fatores acima mencionados têm como resultado uma realidade difícil de compreender, a qual pode ser comparada com a realidade vivida pelos Soviéticos. Aproximadamente 2 milhões de Portugueses passam frio em casa, o que representa 20% do país, devido aos elevados custos de eletricidade, à falta de capital para investir em equipamentos, à grande carga fiscal nas faturas e ao nosso fraco poder de compra.
Quando temos 20% dos Portugueses a passar frio dentro das suas casas, com uma preocupante pobreza energética, políticas como as da transição climática dos fundos PRR constituem uma solução que podem beneficiar pelo mínimo dezenas de milhares de famílias portuguesas.
Os fundos PRR, nomeadamente, da transição climática, ainda não se vêm nos Açores. Contudo, os problemas que vivem os Algarvios, Lisboetas, Açorianos, e Madeirenses, entre outros, são os mesmos.

Luz ao fundo do túnel?


Se políticas como aquelas dos fundos PRR permitem que os portugueses sejam mais sustentáveis a  nível ecológico e económico, estes são fundos que deveriam ser aplicados em todas as regiões e comunidades autónomas do país de forma a resolver esta situação e trazer inúmeros benefícios. A nossa região poderia disponibilizar fundos do PRR para a transição energética com políticas semelhantes ao programa Apoio a Edifícios + Sustentáveis. Se permitirmos que as famílias e empresas açorianas possam candidatar-se a algum programa semelhante que financie a compra e instalação de redes de painéis fotovoltaicos isto irá contribuir para reduzir consideravelmente a carga fiscal paga pelos açorianos, criar empregos, novas empresas, reduzir os custos mensais das famílias, reduzir a pegada carbónica e garantir uma melhor qualidade de vida com casas mais bem equipadas para o frio.
Sendo residente em Ponta Delgada, pago aproximadamente 720 euros por ano em eletricidade. Se eu pudesse aplicar os fundos PRR para instalar painéis fotovoltaicos e baterias na minha casa, poderia poupar até 500 euros por ano em eletricidade e impostos. Ao longo de 25 anos isto significaria uma poupança de 12.500 euros. Estes 500 euros por ano em poupanças e redução de carga fiscal resultariam numa melhoria considerável na qualidade de vida dos Açorianos. O impacto ambiental e a redução de emissões de carbono são também fatores a considerar.

Imagine all the people…
Imaginemos milhares de famílias açorianas com 500, 300, 800 euros a mais por ano para si. Os benefícios para a nossa economia, consumo local e poder de compra iriam aumentar. De acordo com os meios de comunicação tradicionais e digitais, as dificuldades que têm o sector da restauração e comercio pós pandemia levam consequentemente a quebras de facturarão consideráveis e preocupantes. Tendo em conta que o maior problema é a falta de poder de compra das famílias, famílias com mais dinheiro para si significa um alívio e um maior poder de compra.
São inúmeras as diferenças significativas que esta política pode trazer na qualidade de vida e bem-estar das famílias. Significa poder pagar as aulas de música ou surf dos seus filhos, poder pagar um seguro dental, comprar no comercio local, poder pagar a universidade ou um curso profissional, ir jantar fora, investir, poupar e reactivar a nossa economia, sem depender totalmente do turismo. Com menos custos em eletricidade, o consumidor local poderá dispor deste dinheiro livremente e incrementar o nosso consumo interno por um período de 25 anos, aproveitando a situação excepcional que os fundos PRR permitem.

Se metade das nossas facturas de eletricidade são impostos e encargos devemos procurar reduzir essa carga aos açorianos.
Uma redução fiscal como a descida de 2% do IVA proposto e executado pelo Partido Iniciativa Liberal significou um apoio considerável às famílias e aos comerciantes açorianos.
Além da redução do IVA nos Açores, é possível ainda reduzir a carga fiscal das famílias, baixando os custos das facturas de eletricidade, através da instalação de painéis fotovoltaicos de auto-consumo apoiados por fundos PRR. É uma política que irá trazer grandes benefícios aos açorianos e ao desenvolvimento da região nos próximos 25 anos.
Alguns dos beneficiários serão a indústria local, as nossas exportações, o turismo e as novas empresas e empregos que irão ser criados em consequência da alta procura destes produtos e serviços. Para o Açoriano comum resultará uma maior liberdade, melhor qualidade de vida, redução na sua carga fiscal e nos pagamentos de serviços, incrementando assim o poder de compra local.

Fundos PRR de transição climática, o impulso para a inovação açoriana?


Políticas similares como as implementadas em Portugal continental, vão abrir um novo mercado que irá contribuir com a criação de novas empresas, empregos e oferta de serviços, nomeadamente, tecnologias sustentáveis em todo o nosso arquipélago. Isto significará o impulso necessário para os Açores se tornarem numa parte essencial da economia verde portuguesa.
O aumento da procura por estes serviços significará um incremento das empresas que ofereçam este tipo de produtos e tecnologias. Estes apoios irão impulsionar a criação de pequenas e medias empresas de forma a cobrir as demandas do mercado. Desta maneira poder oferecer um serviço aos açorianos que possa servir para poupar em impostos e custos de produção das suas empresas, das suas casas, superando a pobreza energética e tornando numa região mais sustentável.
Neste sentido, as nossas indústrias, empresas e comercio, poderão participar e obter estes fundos para instalar painéis fotovoltaicos e baterias nas suas instalações. Isto irá reduzir consideravelmente os custos operacionais, potenciar as políticas de sustentabilidade, dando uma maior competitividade aos nossos produtos para exportação e em relação ao consumidor local.
Políticas de sustentabilidade para a instalação de painéis fotovoltaicos contribuirão para que empresas açorianas sejam “Carbon Negative”. A importância dos produtos “Carbon Negative” para os consumidores europeus e americanos vão dar uma maior visibilidade aos produtos açorianos.
Fabricas de alimentos, iogurtes, queijos, gin, atum e leite com o rotulo “carbon negative” e com custos operacionais inferiores são o futuro de nossa indústria. Hotéis açorianos com certificações “LEED” (Leadership in Energy and Environmental Design) e certificações “B corp” significam uma melhoria no futuro da nossa aposta no turismo.  
Os benefícios dos fundos PRR para a transição climática são muito importantes para o nosso desenvolvimento e modernização. Tendo em conta que há um elevado número de alojamentos locais na nossa região, sendo estes a propriedade de milhares de famílias, estas serão beneficiadas pela redução de custos operacionais e igualmente permitirá a sua entrada no mercado do turismo sustentável.

A geração de jovens mais formada de sempre a liderar o barco?


No que diz respeito aos sectores de tecnologia, inovação e sustentabilidade, os jovens têm sido o pilar e a força principal de levar estas tecnologias e serviços a todo o mundo.
A inovação por parte de empresários jovens é o futuro da nossa comunidade. Acredito na capacidade da minha geração, altamente capacitada para trabalhar em prol das transformações energéticas, criar empregos, dar mais oportunidades a mão de obra capacitada. Assim como, criar mais oportunidades ao sector de construção civil e eletricidade, permitindo que os açorianos sejam mais sustentáveis ecologicamente e reduzam a sua carga fiscal e custos mensais em casa.

Economia verde:  resposta contra a falta de oportunidades nos Açores?
Com o surgimento da  procura por novos produtos e serviços, vamos ter como resultado a criação de novos empregos e novas empresas. O investimento na economia verde no sector de energia e tecnologia levara a um boost e dinamização na economia regional.
A crise da mão de obra pode chegar a ser resolvida pela abertura de novos mercados tecnológicos e sustentáveis, dando mais possibilidades aos jovens de permanecer nos Açores e trabalhar em prol do desenvolvimento regional.
Chegou a hora de dar importância à economia verde, que actualmente no Reino Unido, representa 20 bilhões de libras para a sua economia e 1.200.000 empregos, superando recentemente ao sector industrial tradicional.
Desta forma, é essencial criar condições para que os jovens açorianos possam participar nesta nova economia verde e de inovação, a qual só irá trazer benefícios para a nossa região, pelos próximos 25 anos.
Se 38% de nossa energia é sustentável porque não aumentar a nossa capacidade de autoconsumo e produção? Questão Geopolítica e Verde.
Imaginemos que, nos próximos anos, devido ao crescimento das redes de auto consumo solar vendidos, instalados e conceptualizados por açorianos passemos a ser cada dia mais sustentáveis e a depender cada vez menos dos combustíveis e dos barões do petróleo, inimigos dos nossos valores ocidentais, como Vladimir Putin e Nicolas Maduro.
Ser mais sustentáveis com a nossa produção de energia significa ser mais independentes e livres como país e menos vulneráveis frente a políticas de manipulação do mercado energético ou ameaças como aquelas que actualmente faz o Putin à União Europeia e à Ucrânia com a venda e distribuição de gás natural.
 Além de nos tornar numa comunidade com maior independência energética, iremos contribuir cada vez mais para os objetivos sustentáveis da União Europeia. Imaginemos uma região onde o 70% da nossa energia seja renovável até 2030.


Os primeiros passos tem de ser dados agora para atingir este objetivo que beneficiara a região, empresas e famílias.

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